BOI BUMBÁ
Uma das festas mais tradicionais do Brasil, tendo englobado até vários reisados, o bumba-meu-boi é uma espécie de auto em que se mistura teatro, dança, música e circo. Ele é representado sob os mais diferentes nomes em localidades que vão do Rio Grande do Sul (como boizinho) e Santa Catarina (boi-de-mamão) aos estados do Nordeste (boi-de-reis) e o Amazonas (boi-bumbá).
O boi, figura central do auto, geralmente é feito com uma armação de cipó coberta de chita, grande o bastante para que um homem a vista. A cabeça que pode ser feita de papelão ou com a própria caveira do animal. Na encenação, a lenda pode ser contada de várias formas, mas a história básica é a da escrava Catirina (ou Catarina), grávida, que pede ao marido Chico (ou Pai Francisco) para que mate o boi mais bonito da fazenda porque quer comer a sua língua.
Ele atende ao desejo da mulher e é preso pelo seu feitor, que tenta a todo custo ressuscitar o boi, com a ajuda de curandeiros. Boi revivido, tudo acaba em festa. Outros personagens podem entrar na história para dançar, dependendo do tipo de boi: Bastião, Arlequim, Pastorinha, Turtuqué, o engenheiro, o padre, o médico, o diabo etc, todos quase sempre interpretados por homens, que se travestem para compor os personagens femininos.
BOITATÁ
O Boitatá é o gênio que protege as campinas e sempre castiga os que põem fogo no mato.
Quase sempre ele aparece sob a forma de uma cobra muito grande, com dois olhos enormes, que parecem faróis. Às vezes, surge também com a aparência de um boi gigantesco, brilhante.
BOTO ROSA
Ao cair da noite na Amazônia, o boto cor-de-rosa deixa os rios e transforma-se em um lindo e sedutor rapaz, que sai em busca de uma garota para namorar. Além de galante e sedutor, o boto dança como ninguém e enfeitiça as meninas indefesas. De madrugada, o namorador volta para o rio, onde se transforma de novo em boto.
Essa é uma lenda contada na floresta amazônica para explicar por que tantas meninas têm filhos sem pai: são todos filhos do boto.
Os botos são golfinhos de água doce. Mas apesar de serem parecidos, golfinhos e botos não são iguais. Os golfinhos são acinzentados. Já os botos podem ser pretos, acinzentados ou meio avermelhados, como o boto cor-de-rosa. O bico do boto é mais comprido e possui pêlos na parte de cima.
A principal diferença entre eles é que os golfinhos vivem no mar e os botos, em rios. O boto cor-de-rosa, de nome científico Inia geoffrensis, aparece nos rios da América do Sul, principalmente na Amazônia brasileira e na bacia do rio Orenoco na Venezuela.
CUCA
Olá, eu sou a Cuca ou Coca, dependendo do lugar onde apareço tenho um nome diferente! Pode ser Cuca, Coca, Coco, La Cuca, enfim...
Sou uma velhinha feia em forma de jacaré que rouba criancinhas desobedientes, que não dormem cedo e que falam fora de hora.
Todos têm muito medo de mim, apareço sempre à noite e levo as crianças em sacos.
Cuidado comigo, não faça manha, nem desobedeça porque senão te pego e te levo no meu saco!
Ando por aí cantando:
Sou uma velhinha feia em forma de jacaré que rouba criancinhas desobedientes, que não dormem cedo e que falam fora de hora.
Todos têm muito medo de mim, apareço sempre à noite e levo as crianças em sacos.
Cuidado comigo, não faça manha, nem desobedeça porque senão te pego e te levo no meu saco!
Ando por aí cantando:
Dorme nenê,
Que a cuca vem pegar,
Papai foi na roça,
Mamãe foi trabalhar!
Que a cuca vem pegar,
Papai foi na roça,
Mamãe foi trabalhar!
CURUPIRA
Olá! Eu sou o Curupira, moro na Amazônia e sou um menino embora meu nome termine em A. Não sou muito alto não, mas também não sou baixinho. Sou ruivo por parte de mãe e por parte de pai. Eu acho, não sei bem. Tenho os pés com calcanhares pra frente e quando eu quero ninguém me acha.
Minha fruta predileta é manga, ainda bem que tem muito na mata que eu moro e das bem docinhas. Uma das coisas que eu mais gosto é ficar na sombra das árvores comendo frutas. Não é fácil me ver, eu me escondo bem, e se alguém tentar me ver eu saio correndo e não deixo nem pegada, quer dizer, deixar pegada eu deixo, mas quem é que entende um rastro de pés virados pra dentro? É difícil.
Eu sou protetor das matas. É, sou meio super herói. Não gosto de caçadores e nem de ninguém que queira destruir a floresta porque a floresta é a minha casa. Minha e de mais um montão de bichos, plantas e seres da natureza. Por isso eu cuido dela e quando vejo alguém que possa ameaçar essa natureza eu jogo meu encanto e faço a pessoa ficar perdida na floresta, muito, muito, muito tempo. Até eu cansar e a pessoa ficar com muito medo de mim e ir embora.
Eu sou muito curioso. Muito mesmo. Por isso, um dos jeitos de me deixar distante é fazer uma bolinha de cipó com uma trança e me desafiar pra encontrar a ponta da bolinha. Eu vou correndo e pego aquela bolinha e fico mexendo nela de um lado, do outro e quando eu vejo a pessoa fugiu. Foi embora.
Meu prato predileto é salada de folha de manga e o meu sonho é ver a Amazônia protegida de todo perigo e sempre linda e cheia de árvores grandes, rios limpos e passarinhos. Eu adoro passarinhos.
MULA SEM CABEÇA
Eu sou a Mula Sem Cabeça, uma lenda muito famosa e conhecida em todo o Brasil. Adoro a lua cheia, sou muito bonita, posso ser marrom ou preta, tenho ferraduras de prata e de aço, um relincho muito alto. No lugar de uma cabeça de mula tenho uma imensa chama de fogo que está sempre intensa. Eu queria ter cabelos bem longos e loiros, mas o que fazer se sou uma lenda sem cabeça?
Há quem diga que eu sou uma versão feminina do lobisomem e que fico assombrando casas perto de igrejas, imagina só. Eu não assombro só casas perto da igreja, assombro as que ficam longe também. Adoooro assombrar! Bú! Assustou? Não? Ah! Mas eu assombro todo mundo. Ninguém escapa de mim nas noites de lua cheia de quinta para sexta-feira. É nessa noite que me transformo de mulher para Mula Sem Cabeça.
E eu corro muito rápido e em alta velocidade durante toda a noite assombrando todo mundo que cruza o meu caminho, quanto mais eu corro mais gente eu assusto porque consigo ir rápido de um lugar para o outro. E fico assim em formato de Mula Sem Cabeça até o nascer do sol e o terceiro galo cantar. Aí eu volto pra minha forma humana.
Mas enquanto sou Mula sem Cabeça eu ataco muitas pessoas. Só não consigo atacar a pessoa quando ela deita de bruços no chão e esconde as unhas e os dentes. Daí eu sou obrigada a ir embora. Não gosto nada disso porque eu gosto mesmo é de assombrar. Nunca queira me encontrar, pois eu sou má e muito, muito assustadora. Quem me vê jamais esquece.
NEGRINHO DO PASTOREIO
Sou o Negrinho do Pastoreio e minha história era contada por muitos brasileiros que lutavam pelo fim da escravidão. Naquela época havia o dono de uma fazenda que era muito malvado, um dia ele me mandou para pastorear cavalos. Voltei no fim da tarde e o fazendeiro percebeu que faltava um cavalo.
Levei uma surra tremenda! Depois do sufoco que passei, encontrei o cavalo que estava faltando pastando, lacei-o com a corda, mas ele fugiu de novo.
Quando voltei sem o cavalo mais uma vez o fazendeiro me espancou e me amarrou em cima de um formigueiro.
No dia seguinte o fazendeiro levou o maior susto! Quando ele chegou, eu já não tinha marcas pelo corpo, estava em pé e ao meu lado estava a virgem Nossa Senhora juntamente com alguns animais.
Ele se ajoelhou e me pediu desculpas, mas apenas beijei a mão de Nossa Senhora, montei em um cavalo e parti conduzindo os outros animais.
Levei uma surra tremenda! Depois do sufoco que passei, encontrei o cavalo que estava faltando pastando, lacei-o com a corda, mas ele fugiu de novo.
Quando voltei sem o cavalo mais uma vez o fazendeiro me espancou e me amarrou em cima de um formigueiro.
No dia seguinte o fazendeiro levou o maior susto! Quando ele chegou, eu já não tinha marcas pelo corpo, estava em pé e ao meu lado estava a virgem Nossa Senhora juntamente com alguns animais.
Ele se ajoelhou e me pediu desculpas, mas apenas beijei a mão de Nossa Senhora, montei em um cavalo e parti conduzindo os outros animais.
SACI PERERÊ
Oi, eu sou o Saci Pererê e pra me encontrar na floresta é só procurar um gorro vermelho pulando no meio da mata. O Tio Barnabé do Sítio do Pica Pau Amarelo me chama de Diabinho de uma perna só. Eu só tenho uma perna mesmo, mas não sou um diabinho. Tá certo que eu sou bagunceiro e vivo arrumando confusão por onde eu passo.
Eu gosto de azedar o leite, quebrar pontas de agulhas, esconder coisas, embaraçar novelos de lã, jogar mosca na sopa dos outros, queimar o feijão que está no forno, o bolo no fogão, ficar gorando a galinha botando ovo, puxar o rabo do porco, fazer barulho no bambuzal, correr atrás do gado a noite e provocar cachorro é o que eu mais gosto de fazer. Eles latem e fazem o maior barulho.
Eu, como todo Saci me divirto fazendo maldade, mas não maldade grande e feia. Maldadezinha das pequenas. Eu vou de um lado pro outro num redemoinho de vento. É assim que eu me locomovo e pra me pegar só com peneira. É. Uma peneira e eu já era. Fico preso, mas posso fugir. Agora, se tirarem o meu gorro e me prenderem dentro de uma garrafa daí eu não tenho como fugir e a pessoa que me prender vira meu dono. Até hoje ninguém me pegou não.
Eu não sou só bagunceiro. Eu conheço muito bem a floresta. Tão, tão bem que entendo tudo de ervas e sei fazer um montão de tipos de chá. Além deles serem gostosos, ajudam na cura de doenças. Os sacis são bons com ervas. É um segredo de família e nenhum saci pode contar pra ninguém.
Dia 31 de outubro comemoram o dia do Saci. É, eu sou importante. Nós Sacis somos tão famosos que tem até gente criando a gente em fazendas por aí. Acredita?
VITÓRIA RÉGIA
A lenda da vitória-régia é uma lenda brasileira de origem indígena tupi-guarani.
Há muitos anos, em uma tribo indígena, contava-se que a lua ,era uma deusa que ao despontar a noite, beijava e enchia de luz os rostos das mais belas virgens índias da aldeia, Sempre que ela se escondia atrás das montanhas, levava para si as moças de sua preferência e as transformava em estrelas no firmamento.
Uma linda jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e mal podia esperar pelo grande dia em que seria chamada pela lua.
Um dia, tendo parado para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem do deusa amada: a lua refletida em suas águas. Cega pelo seu sonho, lançou-se ao fundo e se afogou. A lua, compadecida, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", única e perfeita, que é a planta vitória-régia.
Assim, nasceu uma linda planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.
FOLCLORE
Você conhece a Mula sem Cabeça? O Curupira? O Chupa Cabra? O lobisomem? Sabia que eles fazem parte do folclore brasileiro? Sabia né? Mas talvez você não saiba que não é só de assombração que é feito o mundo do folclore não. Têm também os costumes, tradições, músicas, linguagem, brinquedos, brincadeiras, mitos, contos, superstições, artesanato, festas populares... Daí nas festas tem as danças folclóricas como o baião, o frevo, o maracatu, a quadrilha... É. Isso tudo é folclore brasileiro e da melhor qualidade!
Além das lendas e danças folclóricas existe também a música folclórica composta pelas cirandas de roda, cantigas, serenatas, acalantos... Isso tudo sem falar da literatura de cordel, trava língua, quadrinhas, perlendas. Tem muita coisa mesmo pra gente aprender com o Folclore.
Mas nesse especial vamos falar das lendas. Você sabe o que é uma lenda? Não. Não é a filha do piolho, aquela é a lêndea. Lenda nada mais é do que uma história cheia de fantasia que é contada de geração pra geração através dos tempos. Elas são em grande parte histórias muito, muito antigas e que muita, mas muita gente já escutou.
Curiosidade: O Jogo da Peteca
De origem indígena, este jogo teve sua prática regulamentada, por muitos anos, nos Clubes América e Regatas São Cristóvão do Rio de Janeiro.
Conta-se que, em 1928, nas Olimpíadas de Antuérpia, os brasileiros exibiram esse jogo, desconhecido dos europeus, causando-lhes tão boa impressão que foi solicitada, ao médico esportivo Dr. José Maria de Melo Castelo Branco, sua regulamentação.
Enviada posteriormente, tornou-se, o jogo, mais difundido na Finlândia do que no Brasil, conforme declaração de atletas, em recente visita ao país.
É comum, em clubes esportivos e nas praias, indivíduos se reunirem em círculo, tendo ao centro um elemento que recebe e distribui a peteca aos demais. O do centro é substituído pelo que deixa a peteca cair. O objetivo é mantê-la em trajetórias aéreas, impulsionada pela palma das mãos.
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