Que letra uso para alfabetizar?
A letra bastão ou de fôrma maiúscula, cujas formas são mais simples, oferece maior facilidade no traçado de crianças menores que ainda não desenvolveram a coordenação motora fina para a escrita. É mais indicada para letrar os alunos porque aparece em embalagens, livros, teclas do computador, jornais, revistas, ônibus, placas de rua, cartazes e em muitos outros lugares. É parte da vida cotidiana da criança e é reconhecida facilmente. A escrita é mais lenta do que a cursiva pelo movimento de se tirar o lápis do papel repetidas vezes. A criança pode ter dificuldades em passar para a cursiva depois.
A letra cursiva tem o traçado mais difícil e aparecem só em bilhetes, cartas, nos cadernos dos colegas ou no quadro usada pela professora. Ajuda a criança a distinguir palavras reconhecendo-as separadas. É mais rápida, pois o traço é contínuo. Quem a aprende tem mais facilidade para traçar a letra bastão, porém pode atrasar o ensino da escrita e da leitura, por exigir mais das crianças.
Como podem observar os dois tipos de letra trazem benefícios e dificuldades. Há professores que usam uma ou outra e os que usam as duas juntas. Particularmente em uma turma de sete anos opto por usar as duas, a bastão para ler e a cursiva para escrever, mas na turma de seis anos sou favorável ao uso da letra bastão. Aconselho no segundo semestre, quando os alunos já estejam quase ou totalmente alfabetizados usar o caderno de caligrafia e transpor a escrita da letra bastão para a cursiva. Durante o primeiro semestre a letra cursiva pode ser dada de diversas formas, mas não precisa ser cobrada. A criança poderá associar e entender melhor a utilidade da escrita com a letra bastão, já que essa aparece em diversos lugares e têm funcionabilidade maior e mais comum para sua vida. Importante ressaltar que é normal a confusão entre os dois tipos de traçado quando a criança se acostuma com uma ou outra forma de escrever. A paciência e o incentivo são instrumentos poderosos o tempo todo, pois é normal da idade o não querer errar e a insegurança é uma constante. Costumo colocar cartazes com todos os tipos de letra associados a desenhos, com palavras geradoras e sílabas provenientes dessas palavras, acima do quadro. Não é necessário esconder a letra dos alunos. Pelo contrário. Não trabalhar com a cursiva no início não significa negar a sua existência. Normalmente em atividades que envolvam o traçado dessas letras as crianças fazem associações sozinhas... "Tia, essa é a letra A do avião!" Deixo a criança à vontade, digo que está certa, mas só me aprofundo no assunto se minha meta for o começo da mudança do uso de letra, posso questionar quem tem a letra no nome, pedir que trouxessem rótulos de casa onde a letra aparece, dentre outras atividades. Caso contrário não incentivo a continuação da conversa. Contudo a melhor opção é conhecer a turma antes, verificar o nível de desenvolvimento que as crianças já possuem e quais as habilidades que elas já desenvolveram. Lembre-se sempre de que NÃO EXISTE REGRA. Tudo depende da turma com a qual você está trabalhando. Considerar seus alunos é caminho certo em direção ao sucesso. Se você precisar de sugestões de atividades para um ou outro tipo de letra, ou mesmo para a transposição de uma para outra pode me pedir por e-mail que lhe envio com prazer.
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