Supernanny na escola
Kelly Roncato
“Esse menino é impossível, não dá para dar aula com ele aqui... e nem adianta falar com os pais porque eles não aparecem, não estão nem aí...” Ué, mas você vai desistir assim, tão rápido? Pensei que sua profissão fosse a de educador.
Tudo bem, a responsabilidade de ensinar, de ajudar crianças e adolescentes a crescerem e se desenvolverem de modo adequado e saudável, realmente, não é apenas sua. No entanto, cabe a você, profissional de educação, observar seus alunos, descobrir quais deles estão fora da sintonia da turma ou da escola, e trabalhar com foco na solução do problema.
Da escola para casa
Prova de que você tem essa capacidade e poder é o programa Supernanny, que vai ao ar nas tardes de domingo pelo SBT. Cristina Poli, a apresentadora (mais conhecida como supernanny) é argentina, trabalha como educadora há 30 anos e dá aulas de Inglês na Escola do Futuro de São Paulo. Antes dela, várias psicólogas e outras tantas educadoras fizeram testes, mas o perfil mais adequado para o programa foi justamente o de uma professora especializada em Desenvolvimento Infantil.
Segundo Cris, toda a técnica de disciplina utilizada por ela nas casas, com as famílias, pode ser aplicada nas escolas. Sendo assim, depois de observar os pontos positivos e negativos de cada estudante, o professor pode ficar à vontade e chamar os pais dos alunos para conversar. “Os pais e a escola trabalhando juntos são capazes de oferecer uma educação muito mais coerente, que dá resultado muito mais rápido e positivo. Então, eu creio que a escola precisa trabalhar com a família”, afirma. A supernanny destaca, ainda, a importância de levar as famílias para a escola, promover atividades conjuntas e abrir espaço para o diálogo mais natural e corriqueiro.
Concordância
Cris Poli explica que problemas comportamentais, por exemplo, podem estar ligados à falta de adequação entre as características da família da criança e da escola. Ela acredita que a escolha da instituição tem de ser consciente e que deve haver uma concordância do ponto de vista das duas partes. Para isso, os pais precisam visitar a escola, conversar com a direção, com a coordenação, verificar qual é a proposta pedagógica e ver se o jeito deles de educar o filho se adequa à forma da escola de fazer o mesmo. “Não adianta, se eu quero dar para o meu filho uma educação liberal, matriculá-lo numa escola que tenha padrões muito rígidos porque vai haver um conflito e isso vai refletir na criança.”
O segundo passo é conversar com todos os alunos, logo no início do ano, e decidir com eles quais serão as regras a serem respeitadas por todos dentro da escola, nos mais variados ambientes e horários. “Estabelecendo essas regras de maneira clara e ao alcance dos estudantes, explicando para eles qual é o objetivo, dá para exigir seu cumprimento de maneira adequada”, diz Cris.
Outra dica que a pedagoga oferece quanto às regras é escrever todas as regras em um quadro e pendurar na parede da sala. “Isso facilita o trabalho porque mostra que foi uma decisão tomada em consenso com eles, e que eles se comprometeram a cumprir. Então você não tem dificuldade depois para cobrar.”
Motivação
Caro professor, não é só você que precisa de motivação para sair da sua casa todos os dias em direção à escola. Seus alunos também. Existem algumas maneiras que se mostram eficientes nos lares visitados por Cristina Poli e que podem ser usadas também na escola, como forma de ajudar os alunos a terem prazer em aprender.
Na instituição de ensino, a motivação pode vir em forma de elogio, sorriso, nome no mural da sala. Os eventos escolares, envolvendo a família e a escola, também são fatores que alegram os alunos.
Outra maneira de ajudar o estudante a se desenvolver é fazendo-o ver que está evoluindo a cada dia. Nesse caso, vale usar a criatividade. Se você tem alunos pequenos, dê-lhes estrelas coloridas – cada cor para uma conquista diferente. Caso eles sejam maiores, ofereça quebra-cabeças, gibis, desenhos para colorir ou tempo para recreação fora da sala de aula.
Alguns alunos, mais agitados, gostam de jogar bola. Assim, se conseguirem terminar a atividade em curto prazo, e você verificar que tudo está correto, deixe-os livres para brincar nos últimos minutos de aula, fazer atividades que julguem interessantes e que sejam também educativas. “Quando a criança tem regras, limites, disciplina, mas também tem motivação, atividades dirigidas e outros focos nos quais se concentrar, ela não dá trabalho porque está ocupada e gosta daquilo que está fazendo”, afirma Cris.
Só tem criança na escola?
Estava demorando hoje, hein, professor? Bom, no caso dos adolescentes, Cristina afirma que o primeiro passo deve ser sempre do adulto, já que os jovens costumam ser mais fechados do que as crianças. “É muito importante que o adulto conheça o mundo do adolescente. Para conseguir isso, o professor precisa demonstrar interesse pelo aluno adolescente. Ouvi-lo, aconselhá-lo, dar abraço, dar beijo. É muito importante demonstrar carinho com ele”, acredita.
Ela ensina ainda que os adolescentes são mais calados e se mostram mais rebeldes do que as crianças por uma questão de autodefesa. “Se você tiver paciência, demonstrar afeto e esperar o tempo dele, com certeza, vai obter excelentes resultados”, informa. “Confiando em você, ele não só vai permitir ser ajudado como vai se esforçar para superar as próprias dificuldades com o objetivo de mostrar a você que consegue.”
“A mídia deseduca”
Certamente, você já ouviu a desculpa de que o adolescente só se veste de preto, não ajuda em casa e finge não escutar uma ordem do professor porque tem assistido muita TV. Ídolos existem, sempre existirão, são fabricados pela mídia para influenciar mesmo. Mas não se transformam na referência principal do adolescente gratuitamente.
Da próxima vez que ouvir algo desse gênero, pense que o garoto só assiste muita televisão e imita o guitarrista da banda estrangeira porque não tem uma referência adulta forte em casa. “Desde que nasce até chegar à idade adulta, a criança precisa aprender tudo. E ela aprende vendo, ouvindo e imitando aquilo que vê e ouve. Se não vê e ouve do pai, vai procurar alguém e imitar”, explica. “Mas a palavra ‘ausente’ eu uso não para o pai que trabalha fora e, sim, para aquele pai que, mesmo estando em casa, não fica com o filho, não tem um tempo de qualidade com ele. Essa situação se transforma em problema e é isso que eu chamo de um pai ausente”, diz a supernanny.
O papel da escola
Às vezes, o seu desafio na sala de aula existe por você ser um novo funcionário. Quando, além de estar fazendo o reconhecimento da instituição, você também está começando a se conhecer como profissional, é fundamental que receba apoio do colégio. A Escola do Futuro, por exemplo, oferece treinamento para o corpo docente a cada início e meio de ano. Nesses treinamentos, os profissionais recebem orientações referentes aos principais objetivos da escola e a forma de trabalhar para chegar até essas metas.
Além disso, os professores mais antigos, como Cristina Poli, trabalham como uma espécie de “mestres dos mestres”. Eles tiram dúvidas dos colegas e se dispõem a auxiliá-los diante de qualquer novidade. É uma maneira de fazer o novo profissional conhecer e se adequar à política da instituição.
Entretanto, se a sua escola não conta com um treinamento específico, é importante que você encontre apoio na coordenação do colégio. Tire suas dúvidas, aceite idéias, opiniões e dicas de seus superiores e colegas.
Muitas vezes, também o clima de sua aula reflete o clima existente na instituição. Observar esse fator específico pode lhe ajudar a perceber se o seu perfil é mesmo o de um profissional da escola na qual você está trabalhando.
A dica da supernanny para os pais dos alunos – saber se a sua forma de educar se adequa à forma de educar da escola – também serve para o professor, já que ele é o responsável por mostrar aos estudantes como a instituição funciona.
Coerência
Se você assistiu a algum episódio do programa Supernanny, pôde perceber que a “babá” oferece dicas muito simples, mas fundamentais para quem deseja ter um relacionamento saudável. E esse relacionamento pode ser com você mesmo, com seus alunos, superiores, colegas e familiares.
Um deles é só pedir o que o estudante tem a oferecer, e que você possa retribuir. Se uma das normas é que os alunos não devem conversar durante a explicação do professor, você também não pode cortar a pergunta ou afirmação de um aluno para chamar a atenção de outro. “O professor deve estar atento às características de cada criança para saber lidar com cada uma delas, pois existem alunos que são mais agitados, outros são tímidos, quietinhos, e tem ainda aqueles que falam bastante, pedem mais atenção. Ele precisa conhecê-los”, aponta Cris.
Troca
E quando na escola tudo vai bem e, de repente, um pai de aluno chega perguntando: “O que vocês têm que eu não tenho?” Cristina Poli afirma que a mudança de comportamento da criança em casa e na escola é freqüente. Quando o problema está em casa, ela recomenda que, ao receber os pais, o professor ofereça como solução para a indisciplina alguns métodos, regras, limites e motivações da escola.
Por outro lado, caso a indisciplina seja observada na sala de aula, o educador deve pediro apoio aos pais do estudante, perguntando a eles como a criança se comporta em casa e quais são os métodos de disciplina com os quais ela está acostumada. Rever as atividades oferecidas em sala, a forma de colocar limites e motivá-las também pode ser de grande valia.
Depois de fazer o diagnóstico completo da situação, não esqueça do principal, que é conversar com o aluno sobre a importância da mudança, de realizar as modificações necessárias e perseverar nelas, até que os resultados apareçam.
Kelly Roncato
“Esse menino é impossível, não dá para dar aula com ele aqui... e nem adianta falar com os pais porque eles não aparecem, não estão nem aí...” Ué, mas você vai desistir assim, tão rápido? Pensei que sua profissão fosse a de educador.
Tudo bem, a responsabilidade de ensinar, de ajudar crianças e adolescentes a crescerem e se desenvolverem de modo adequado e saudável, realmente, não é apenas sua. No entanto, cabe a você, profissional de educação, observar seus alunos, descobrir quais deles estão fora da sintonia da turma ou da escola, e trabalhar com foco na solução do problema.
Da escola para casa
Prova de que você tem essa capacidade e poder é o programa Supernanny, que vai ao ar nas tardes de domingo pelo SBT. Cristina Poli, a apresentadora (mais conhecida como supernanny) é argentina, trabalha como educadora há 30 anos e dá aulas de Inglês na Escola do Futuro de São Paulo. Antes dela, várias psicólogas e outras tantas educadoras fizeram testes, mas o perfil mais adequado para o programa foi justamente o de uma professora especializada em Desenvolvimento Infantil.
Segundo Cris, toda a técnica de disciplina utilizada por ela nas casas, com as famílias, pode ser aplicada nas escolas. Sendo assim, depois de observar os pontos positivos e negativos de cada estudante, o professor pode ficar à vontade e chamar os pais dos alunos para conversar. “Os pais e a escola trabalhando juntos são capazes de oferecer uma educação muito mais coerente, que dá resultado muito mais rápido e positivo. Então, eu creio que a escola precisa trabalhar com a família”, afirma. A supernanny destaca, ainda, a importância de levar as famílias para a escola, promover atividades conjuntas e abrir espaço para o diálogo mais natural e corriqueiro.
Concordância
Cris Poli explica que problemas comportamentais, por exemplo, podem estar ligados à falta de adequação entre as características da família da criança e da escola. Ela acredita que a escolha da instituição tem de ser consciente e que deve haver uma concordância do ponto de vista das duas partes. Para isso, os pais precisam visitar a escola, conversar com a direção, com a coordenação, verificar qual é a proposta pedagógica e ver se o jeito deles de educar o filho se adequa à forma da escola de fazer o mesmo. “Não adianta, se eu quero dar para o meu filho uma educação liberal, matriculá-lo numa escola que tenha padrões muito rígidos porque vai haver um conflito e isso vai refletir na criança.”
O segundo passo é conversar com todos os alunos, logo no início do ano, e decidir com eles quais serão as regras a serem respeitadas por todos dentro da escola, nos mais variados ambientes e horários. “Estabelecendo essas regras de maneira clara e ao alcance dos estudantes, explicando para eles qual é o objetivo, dá para exigir seu cumprimento de maneira adequada”, diz Cris.
Outra dica que a pedagoga oferece quanto às regras é escrever todas as regras em um quadro e pendurar na parede da sala. “Isso facilita o trabalho porque mostra que foi uma decisão tomada em consenso com eles, e que eles se comprometeram a cumprir. Então você não tem dificuldade depois para cobrar.”
Motivação
Caro professor, não é só você que precisa de motivação para sair da sua casa todos os dias em direção à escola. Seus alunos também. Existem algumas maneiras que se mostram eficientes nos lares visitados por Cristina Poli e que podem ser usadas também na escola, como forma de ajudar os alunos a terem prazer em aprender.
Na instituição de ensino, a motivação pode vir em forma de elogio, sorriso, nome no mural da sala. Os eventos escolares, envolvendo a família e a escola, também são fatores que alegram os alunos.
Outra maneira de ajudar o estudante a se desenvolver é fazendo-o ver que está evoluindo a cada dia. Nesse caso, vale usar a criatividade. Se você tem alunos pequenos, dê-lhes estrelas coloridas – cada cor para uma conquista diferente. Caso eles sejam maiores, ofereça quebra-cabeças, gibis, desenhos para colorir ou tempo para recreação fora da sala de aula.
Alguns alunos, mais agitados, gostam de jogar bola. Assim, se conseguirem terminar a atividade em curto prazo, e você verificar que tudo está correto, deixe-os livres para brincar nos últimos minutos de aula, fazer atividades que julguem interessantes e que sejam também educativas. “Quando a criança tem regras, limites, disciplina, mas também tem motivação, atividades dirigidas e outros focos nos quais se concentrar, ela não dá trabalho porque está ocupada e gosta daquilo que está fazendo”, afirma Cris.
Só tem criança na escola?
Estava demorando hoje, hein, professor? Bom, no caso dos adolescentes, Cristina afirma que o primeiro passo deve ser sempre do adulto, já que os jovens costumam ser mais fechados do que as crianças. “É muito importante que o adulto conheça o mundo do adolescente. Para conseguir isso, o professor precisa demonstrar interesse pelo aluno adolescente. Ouvi-lo, aconselhá-lo, dar abraço, dar beijo. É muito importante demonstrar carinho com ele”, acredita.
Ela ensina ainda que os adolescentes são mais calados e se mostram mais rebeldes do que as crianças por uma questão de autodefesa. “Se você tiver paciência, demonstrar afeto e esperar o tempo dele, com certeza, vai obter excelentes resultados”, informa. “Confiando em você, ele não só vai permitir ser ajudado como vai se esforçar para superar as próprias dificuldades com o objetivo de mostrar a você que consegue.”
“A mídia deseduca”
Certamente, você já ouviu a desculpa de que o adolescente só se veste de preto, não ajuda em casa e finge não escutar uma ordem do professor porque tem assistido muita TV. Ídolos existem, sempre existirão, são fabricados pela mídia para influenciar mesmo. Mas não se transformam na referência principal do adolescente gratuitamente.
Da próxima vez que ouvir algo desse gênero, pense que o garoto só assiste muita televisão e imita o guitarrista da banda estrangeira porque não tem uma referência adulta forte em casa. “Desde que nasce até chegar à idade adulta, a criança precisa aprender tudo. E ela aprende vendo, ouvindo e imitando aquilo que vê e ouve. Se não vê e ouve do pai, vai procurar alguém e imitar”, explica. “Mas a palavra ‘ausente’ eu uso não para o pai que trabalha fora e, sim, para aquele pai que, mesmo estando em casa, não fica com o filho, não tem um tempo de qualidade com ele. Essa situação se transforma em problema e é isso que eu chamo de um pai ausente”, diz a supernanny.
O papel da escola
Às vezes, o seu desafio na sala de aula existe por você ser um novo funcionário. Quando, além de estar fazendo o reconhecimento da instituição, você também está começando a se conhecer como profissional, é fundamental que receba apoio do colégio. A Escola do Futuro, por exemplo, oferece treinamento para o corpo docente a cada início e meio de ano. Nesses treinamentos, os profissionais recebem orientações referentes aos principais objetivos da escola e a forma de trabalhar para chegar até essas metas.
Além disso, os professores mais antigos, como Cristina Poli, trabalham como uma espécie de “mestres dos mestres”. Eles tiram dúvidas dos colegas e se dispõem a auxiliá-los diante de qualquer novidade. É uma maneira de fazer o novo profissional conhecer e se adequar à política da instituição.
Entretanto, se a sua escola não conta com um treinamento específico, é importante que você encontre apoio na coordenação do colégio. Tire suas dúvidas, aceite idéias, opiniões e dicas de seus superiores e colegas.
Muitas vezes, também o clima de sua aula reflete o clima existente na instituição. Observar esse fator específico pode lhe ajudar a perceber se o seu perfil é mesmo o de um profissional da escola na qual você está trabalhando.
A dica da supernanny para os pais dos alunos – saber se a sua forma de educar se adequa à forma de educar da escola – também serve para o professor, já que ele é o responsável por mostrar aos estudantes como a instituição funciona.
Coerência
Se você assistiu a algum episódio do programa Supernanny, pôde perceber que a “babá” oferece dicas muito simples, mas fundamentais para quem deseja ter um relacionamento saudável. E esse relacionamento pode ser com você mesmo, com seus alunos, superiores, colegas e familiares.
Um deles é só pedir o que o estudante tem a oferecer, e que você possa retribuir. Se uma das normas é que os alunos não devem conversar durante a explicação do professor, você também não pode cortar a pergunta ou afirmação de um aluno para chamar a atenção de outro. “O professor deve estar atento às características de cada criança para saber lidar com cada uma delas, pois existem alunos que são mais agitados, outros são tímidos, quietinhos, e tem ainda aqueles que falam bastante, pedem mais atenção. Ele precisa conhecê-los”, aponta Cris.
Troca
E quando na escola tudo vai bem e, de repente, um pai de aluno chega perguntando: “O que vocês têm que eu não tenho?” Cristina Poli afirma que a mudança de comportamento da criança em casa e na escola é freqüente. Quando o problema está em casa, ela recomenda que, ao receber os pais, o professor ofereça como solução para a indisciplina alguns métodos, regras, limites e motivações da escola.
Por outro lado, caso a indisciplina seja observada na sala de aula, o educador deve pediro apoio aos pais do estudante, perguntando a eles como a criança se comporta em casa e quais são os métodos de disciplina com os quais ela está acostumada. Rever as atividades oferecidas em sala, a forma de colocar limites e motivá-las também pode ser de grande valia.
Depois de fazer o diagnóstico completo da situação, não esqueça do principal, que é conversar com o aluno sobre a importância da mudança, de realizar as modificações necessárias e perseverar nelas, até que os resultados apareçam.
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